“Temos que admitir que alguns de nós têm o coração obstruído com lixo. Qualquer ralé bate à porta e já a escancaramos. A ira aparece, e a deixamos entrar. A vingança precisa de um lugar para ficar, e assim lhe oferecemos uma cadeira. A mágoa quer fazer uma festa, então a encaminhamos para a cozinha. Os desejos carnais tocam a campainha, e mudamos os lençóis da cama. Não sabemos dizer não?
Não deveríamos estar preocupados em exercer domínio sobre nossos pensamentos, o tanto quanto estamos preocupados em controlar qualquer outra coisa? Jesus estava. Como um soldado treinado guardando as portas de uma cidade, Ele guardava a sua própria mente. Ele guardava, de maneira obstinada, o acesso a seu coração. Muitos pensamentos tinham o acesso recusado. Precisamos de alguns exemplos?
Que tal a arrogância? Em certa ocasião, o povo decidiu fazer de Jesus rei. Que pensamento atraente. A maioria de nós se deleitaria com a idéia de fazer parte da realeza. Mesmo que recusássemos a coroa, apreciaríamos muito o convite. Jesus não. “Sabendo, pois, Jesus que haviam de vir arrebatá-lo, para o fazerem rei, tornou a retirar-se, ele só, para o monte” (Jo 6:15).
Um outro dramático exemplo ocorreu durante uma conversa de Jesus com Pedro. Ouvindo Jesus anunciar a sua iminente morte na cruz, o impetuoso apóstolo fez objeção. “Senhor....de modo nenhum te acontecerá isso” (Mt 16:22). Aparentemente, Pedro estava a ponto de questionar a necessidade do Calvário. Mas ele nunca teve essa chance. Cristo bloqueou o acesso. Ele colocou em disparada tanto o mensageiro como o autor da heresia: “Ele, porém, voltando-se, disse a Pedro: Para trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas só as que são dos homens” (Mt 16:23).
E o que diríamos sobre a ocasião em que escarneceram de Jesus? Você já passou pela experiência de ter alguém zombando de você? Jesus também. Em resposta a um apelo de curar uma garota enferma, entrou na casa onde morava e recebeu a notícia de que havia morrido. Sabe o que Ele respondeu? “A menina não está morta, mas dorme”. Qual foi a reação das pessoas que estavam na casa? “E riram-se dEle”. Da mesma maneira que todos nós, Jesus teve que enfrentar um momento de humilhação. Mas de uma maneira diferente da maioria de nós, recusou-se a aceitá-la. Observe sua atitude determinada: “Ele, tendo-os feito sair...” (Mc 5:39,40). A ridicularização não foi permitida na casa da garota e nem na mente de Cristo.
Jesus guardou o seu coração. Se Ele o fez, não deveríamos fazer o mesmo? Com absoluta certeza! Jesus quer que você tenha um coração como o dEle. Mas como? Podemos ser transformados se tomarmos uma decisão: Eu submeterei os meus pensamentos à autoridade de Jesus.
“É me dado todo o poder no céu e na terra” (Mt 28:18). Jesus afirma ser o chefe, o dono, o comandante supremo do céu e da terra. Ele tem a última palavra em todas as coisas, especialmente quando se trata de nossos pensamentos.
Provavelmente você diga a si mesmo que é muito mau para que possa ser perdoado, mas Jesus tem uma opinião diferente. Se der a Ele autoridade sobre sua mente, então os seus pensamentos de culpa não serão mais permitidos.
Jesus também tem autoridade sobre as suas idéias. Suponha que você tenha a idéia de roubar uma mercearia. Jesus, contudo, deixou claro que roubar é errado. Se você já entregou a Ele a autoridade sobre os seus planos, então o plano de roubar não tem mais a permissão de permanecer em seus pensamentos.
Entende o que quero dizer quando falo em autoridade? Para que tenhamos um coração puro, devemos obrigatoriamente submeter todos os nossos pensamentos à autoridade de Cristo. Se quisermos fazê-lo, Ele nos transformará para que sejamos como Ele. É assim que funciona.
